15/3/2005 - Primeiro dia é marcado por tumulto
Mesmo com a estratégia preparada pela Superintendência do Banco do Brasil em Roraima para atender os servidores do ex-Território beneficiados com o pagamento da diferença salarial, foi inevitável o tumulto causado ontem nas três agências do BB. Os próprios gerentes tiveram que deixar suas funções para reforçar o atendimento à população.
O superintendente Pedro Augusto de Carvalho disse que, na sexta-feira, reuniu-se com os gerentes das agências para organizar um plano de atendimento especial para o pessoal receber o pagamento do precatório, sem que houvesse desordem.
Uma das estratégias foi antecipar o horário de atendimento, ou seja, o banco ao invés de abrir no seu horário normal, às 9h, começou a funcionar às 8h. “Nosso plano não falhou. Saiu tudo como planejamos”, afirmou Carvalho.
Embora afirme que tudo saiu dentro do planejado, Carvalho disse que o tumulto aconteceu porque todos os beneficiados foram de uma só vez à agência receber o precatório.
“Até entendo que todos deixaram para vir ao banco logo nesse primeiro dia. Afinal, há seis anos que eles esperavam por esse dinheiro”, comentou o superintendente, lembrando que o pequeno tumulto logo foi controlado. “Foi só uma questão de orientar os clientes a se organizarem nas filas”.
Quanto ao horário de atendimento, quando as agências tiveram que abrir suas portas ontem às 8h, o superintendente disse que o funcionamento volta a ser, a partir de hoje, às 9h. “Tudo se normalizará amanhã [hoje]. Enquanto tiver gente para receber o precatório pode vir a qualquer dia”.
Os beneficiados podem optar por duas formas de sacar o dinheiro. O valor pode ser creditado em conta, o que, segundo Carvalho, seria melhor tanto para o banco quanto para o pessoal, ou direto no caixa. “A maioria preferiu receber o dinheiro em espécie a creditar em conta”, ressaltou, ao frisar que 99% dos que receberam o alvará no sábado foram logo no primeiro dia de pagamento receber o benefício. Foram 890 pessoas que receberam o alvará na Justiça Federal.
No sábado, dos 1.190 servidores com direito ao pagamento, 737 receberam o alvará que dá direito ao recebimento do dinheiro. Na segunda-feira, mais 153 foram à Justiça Federal receber o documento. Faltam ainda 300 pessoas.
ATAÍDE TEIVE – Diferente da agência Monte Roraima, que fica na avenida Glaycon de Paiva, na agência Asa Branca, localizada na avenida Ataíde Teive, no bairro Liberdade, o gerente José Daladier Monteiro da Costa disse que a maioria dos beneficiados optou em creditar o valor em conta do que receber direto no caixa.
“Disponibilizamos cinco funcionários para coletar os alvarás de quem entrou na fila para sacar o benefício, que são processados e depois repassados para ser efetuado o pagamento em qualquer caixa, de acordo com o número da senha”, esclareceu Daladier. Ele disse que o pagamento da diferença salarial não alterou a rotina dos outros serviços prestados pelo banco.
Na agência da Ataíde Teive, a aposentada Francisca das Chagas de Andrade reclamou do tumulto, mas ela atribui o problema ao fato das pessoas não saberem se seria somente um caixa para atender os beneficiados.
Francisca, por ter 60 anos, foi uma das que não precisou enfrentar fila no banco. “Se eu fosse cliente do Banco do Brasil teria optado por creditar direto na minha conta”, ressaltou, ao complementar que não sabia quanto iria receber, mas acreditava que não seria mais do que R$ 2 mil. “Faz tempo que esperamos por este dinheiro. Agora, vou pagar minhas dívidas”.
Fonte: Folha de Boa Vista (RR)
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