7/5/2005 - Câmara aprova criação de mais cargos em Diadema

Mesmo com o seqüestro judicial de R$ 7,5 milhões da receita de Diadema, que acarretou problemas no pagamento dos salários dos servidores e das dívidas com fornecedores, a Câmara Municipal aprovou quinta-feira, por unanimidade e em segunda votação, duas propostas que criam mais cargos na administração pública: uma do Executivo, com 109 novos postos e extinguindo 37; além de outra do Legislativo, dando mais um assessor de gabinete para cada um dos 16 vereadores.

Havia expectativa de que a segunda votação dos projetos fosse adiada, pois o STF (Supremo Tribunal Federal) ainda não se decidiu quanto ao pedido de liminar pela devolução do dinheiro seqüestrado judicialmente no dia 27.

A justificativa da prefeitura para a criação dos cargos é garantir estrutura para as secretarias criadas desde o fim de 2003. Mais de 30 dos 72 novos postos criados serão para a área de saúde. Já o argumento da Mesa Diretora é que aumentou a procura por vereadores na Casa, que agora passarão a ter seis assessores.

Apenas três das 14 emendas apresentadas ao projeto do Executivo foram aprovadas. A mais importante, que destinava 30% dos cargos de chefes de serviço a funcionários públicos concursados, foi derrubada com 14 votos contrários e dois a favor. Todas as emendas foram da vereadora Irene dos Santos (PT), da base de sustentação do governo.

A parlamentar havia afirmado que, caso a indecisão judicial sobre o seqüestro dos R$ 7,5 milhões persistisse, o projeto ficaria inviável. Quinta-feira, Irene quis que as emendas ao projeto do Executivo fossem votadas uma a uma, ao contrário da sugestão do líder de governo, Pastor Jair (PT), que sugeriu a votação em bloco.

Críticas – Antes da votação, os parlamentares levaram puxão de orelha de cerca de 80 ex-funcionários públicos, que integram a Comissão de precatórios Alimentares do município e afirmam representar 500 servidores.

Um integrante do grupo, João Carlos dos Santos, afirmou que 40 funcionários inativos estão doentes. “Se esta Casa não tomar atitude, decretará a morte desses servidores, que estão muito velhos e precisam comprar remédios”, alardeou o servidor aposentado. Santos diz ter aproximadamente R$ 70 mil a receber da administração. Funcionários públicos acusaram vereadores de desconhecer a situação financeira do Executivo. “Vocês não conhecem as dívidas que a prefeitura tem, e ainda assim aprovam o Orçamento”, acusou Santos. Nenhum vereador contestou.

Fonte: Diário do Grande ABC (SP)

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