23/6/2005 - SINTER Polícia prende ex-tesoureira e advogado

Em continuidade à “Operação Coruja”, policiais civis prenderam na noite de ontem o casal Maria Rita Marin, ex-tesoureira do Sinter (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima), e o advogado Wilton Gomes de Lima, que atuou na assessoria jurídica do sindicato, acusados de fazerem parte do esquema de vendas dos precatórios. De acordo com informações da delegada Cândida Alzira, os dois presos são namorados e trabalhavam juntos para Carlos Alberto Vieira, o Carlão, ex-presidente do Sinter. Eles são acusados de negociarem paralelamente ao sindicato os precatórios dos professores. Quando houve o rompimento de Rita com Carlão, o advogado também rompeu. Desde a prisão de Carlão, a polícia iniciou as buscas no sentido de prender a ex-tesoureira e o ex-advogado do sindicato. O primeiro a ser preso foi Wilton, que chegou em Boa Vista na segunda-feira, 20. Ele estava em um hotel da cidade e foi localizado pela polícia por volta das 18h. Rita foi localizada na residência de uma amiga no bairro Caranã. Ela estava sendo monitorada desde segunda-feira, quando a polícia apreendeu um veículo S-10 cabine dupla, de cor verde, placa NAN-8484. O carro estava registrado no nome da mãe dela. O advogado foi conduzido ao Instituto Médico e Odontológico Legal (Imol) para exame de corpo de delito, por volta das 23h, e encaminhado para a Cadeia Pública de Boa Vista. Rita Marin passou mal na hora da prisão, desmaiou e foi conduzida para o Pronto Socorro Estadual Francisco Elesbão. Ela ficou sob a escolta de policiais civis até recuperação para também ser encaminhada ao presídio.
Rita tem prisão preventiva e Wilton prisão temporária decretadas pela Justiça. Segundo a delegada Cândida Alzira, no depoimento prestado por Carlão, ele teria dito que Wilton recebeu os honorários advocatícios pela negociação dos títulos dos professores.
Em uma rápida conversa com a Folha, na saída do Imol, o advogado disse não ter nada a declarar. “Eu não sou, eu fui advogado do Sinter”, afirmou.
Rita está respondendo pelos mesmos processos que Carlão e vai responder também pelos mesmos crimes. A Polícia Civil, somente na residência dela, apreendeu documentos em que Rita seria a representante do sindicato para vender os precatórios. Também já haviam sido apreendidos televisores, computador, som, filmadora, sua identidade e um talão de cheques em que todas as folhas estavam assinadas por Carlão.

Fonte: Folha de Boa Vista (RR)

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